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A LUTA DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN POR DIREITOS E ESPAÇO NO MERCADO DE TRABALHO

No Brasil, existem aproximadamente 300 mil pessoas com síndrome de Down, segundo dados do IBGE. Destes, estão no mercado apenas 32 mil. Entre os obstáculos estão o preconceito e a falta de informação da condição das pessoas com Down por parte de empresas e de seus colaboradores

Robson Valentim

Atualmente é possível encontrar pessoas com síndrome de down exercendo diversas atividades seja em bancos escolares ou ocupando postos de trabalho como professores, modelos, atores, repórteres e empresários. Um bom exemplo é a repórter Fernanda Honorato que, aos 34 anos, é a primeira repórter com síndrome de Down no país. Ela trabalha no “Programa Especial”, da TV Brasil, desde 2006. Exibida aos sábados, a atração é voltada para inclusão de pessoas com deficiência física ou intelectual. Com 10 anos de carreira, Débora Seabra é a primeira professora com síndrome de Down do Brasil e atua como professora auxiliar da educação infantil em uma instituição privada em Natal, no Rio Grande do Norte.

Fernanda Honorato, primeira repórter com síndrome de down do país.
Foto: EBC

Longe de serem casos comuns, essas são lições de inclusão que resultam da luta dessas pessoas por direitos; de instituições, empresas e parentes de pessoas com deficiência que militam pela autonomia e independência. Iniciativas que têm forçado a sociedade a ampliar espaços de inclusão por meio de leis que aumentem esse acesso.
A legislação brasileira tem normas para inclusão das pessoas com necessidades específicas no mercado de trabalho. Desde 1991, as empresas com cem ou mais empregados devem manter em seus quadros uma porcentagem mínima de empregados com algum tipo de necessidade especial. Para empregadores que têm entre 100 e 220 colaboradores, esse percentual é de 2%. O número aumenta de acordo com a quantidade de funcionários chegando a até 5% para empresas com 1001 empregados ou mais.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostraram que em 2017, 34851 mil pessoas com deficiências cognitivas e físicas foram contratadas. Número que supera o do ano anterior, quando o total de admissões foi de 32.087.
Embora os números estejam subindo, falta muito a alcançar. E os obstáculos esbarram principalmente no preconceito e na falta de informação de empresas e de seus colaboradores na recepção desse público no mercado de trabalho.
Daí a importância do Dia Internacional da Síndrome de Down e do Dia Nacional da Síndrome de Down. Oportunidade para conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, do bem-estar e da inclusão das pessoas com Down na sociedade.
No Brasil existem aproximadamente 300 mil pessoas com síndrome de Down, segundo dados do IBGE. A inclusão dessas pessoas na vida escolar e profissional aumenta a possibilidade de desenvolvimento, além de reforçar para a sociedade a necessidade de respeito às diferenças, quaisquer que sejam.
A Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma mutação do material genético humano, presente em todas as raças. Os motivos para a ocorrência da Síndrome de Down ainda são desconhecidos, mas o que se sabe é que começa na gestação, quando as células do embrião são formadas com 47 cromossomos, sendo que o normal seriam 46 cromossomos.


Origem do Dia Internacional da Síndrome de Down
O Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado em 21 de março (21/03), fazendo alusão aos 3 cromossomos no par número 21, característico das pessoas com Síndrome de Down. A data foi escolhida pela Down Syndrome International, através da ideia do geneticista Stylianos E. Antonarakis, da Universidade de Genebra. O Dia Internacional da Síndrome de Down está no calendário oficial da Organização das Nações Unidas, sendo comemorado pelos 193 países-membros da ONU.


Fontes: EBC/ Agência Brasil/ Ministério da Saúde/ Agência Câmara de Notícias


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