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GESTANTES E PUÉRPERAS DEVEM FAZER PRÉ-NATAL MESMO EM CENÁRIO PANDÊMICO

O número de mortes de mulheres grávidas ou no pós-parto (puérperas) por infecções respiratórias e outras complicações triplicou em 2021, em relação à média semanal de 2020. Dados apontam para a necessidade da vacinação e maior cuidado com esse grupo.

Robson Valentim / Da Redação

Pela segunda vez consecutiva o Dia das Mães será invadido pelas medidas de restrição sanitárias já conhecidas desses tempos de pandemia de covid-19, tais como o isolamento social, uso máscara e, alguns casos, a proibição de visitas. E, nesse cenário pandêmico aumenta muito o risco de doenças graves causadas por infecções respiratórias em gestantes e puérperas (pós-parto).

Uma preocupação que se justifica pelos números. De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), o número de mortes de mulheres grávidas ou no pós-parto (puérperas) por infecções respiratórias e outras complicações triplicou em 2021, em relação à média semanal de 2020.

Durante as 45 semanas epidemiológicas do ano passado, foram registradas 457 mortes de grávidas e puérperas — média de 10,16 óbitos semanais. Neste ano, em apenas 16 semanas, o número foi superado: 494 dessas mulheres não resistiram à doença — média de 30,88 mortes semanais. Isso significa que, de 2020 para 2021, houve um aumento de 204% na média semanal de óbitos, enquanto na população geral, o crescimento foi de 90,5%.

No que diz respeito aos números gerais do universo de gestantes e mulheres na condição de pós-parto, sem considerar a média mensal, e contabilizando apenas os casos finalizados, o número de óbitos por covid-19 em relação ao número de infectadas cresceu em 81,42% do ano passado para cá. Na comparação de gestantes com puérperas, estas últimas aumentaram sua participação na estatística da mortalidade materna, que passou de 13,9% em 2020 para 29% em 2021.

A orientação do Ministério da Saúde é que todas as unidades da Federação incluam gestantes e puérperas no grupo prioritário de vacinação contra o coronavírus. No entanto, a pasta divulgou essa recomendação apenas em abril deste ano, quando os números de mortes entre o grupo já registrava recordes. Antes, a imunização de grávidas e mães de recém-nascidos era indicada somente para aquelas que tinham doenças preexistentes (comorbidades) ou pertencentes a outros grupos prioritários, como aquelas inseridas na faixa etária da vez ou profissionais da saúde.


E o acompanhamento pré-natal da gestante, mesmo com o agravamento da pandemia, não pode ser negligenciado. Mesmo que o indicado seja o distanciamento social, para ajudar a reduzir a curva de contágio, é importante destacar a importância de as gestantes continuarem a realizar os exames de rotina. O pré-natal é um acompanhamento primordial e não deve ser interrompido durante a quarentena. A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) ainda recomenda que os atendimentos reduzam o máximo possível a espera pela consulta, e que a gestante não precise ir ao local repetidas vezes, se não for necessário.

Fontes: Ministério da Saúde/ Agência Senado


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