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SETEMBRO AMARELO – CRESCE O NÚMERO DE CASOS DE SUICÍDIO ENTRE OS JOVENS

No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios por ano e mais de um milhão de casos em todo o mundo. O número vem crescendo , principalmente entre os jovens e adolescentes. Os transtornos mentais representam 96,8% desses casos. Com destaque para a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Robson Valentim

Realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, a Campanha Setembro Amarelo leva todo o Brasil a debater o suicídio com o objetivo de prevenir e reduzir o número de casos. 

O número crescente de suicídios,  justifica a iniciativa que ocorre durante todo o ano e, se acentua, no mês de setembro. No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios por ano e mais de um milhão de casos em todo o mundo. Os transtornos mentais representam 96,3% desses casos. Com destaque para a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.


Dra Luciana de Almeida Sanzon Ramalho, psicóloga da Guadalupe Clínica Médica Popular
Crédito: Acervo Pessoal

Fenômeno social que acompanha a humanidade em todas as culturas, ao longo de toda sua história, o suicídio permanece sendo um tabu para muitas pessoas. Mas, para a Dra Luciana de Almeida Sanzon Ramalho, psicóloga da Guadalupe Clínica Médica Popular, o suicídio muito embora ligado a morte, apresenta ainda outra contradição. “É importante ressaltar que, a intenção de morrer convive com a intenção de continuar a viver, pois junto com a intenção suicida há o desejo de ser resgatado e salvo. Na verdade o suicídio visa, prioritariamente, evitar uma dor psíquica insuportável”, explica a especialista.

Tanto no Brasil quanto no mundo, dados da OMS apontam para o crescimento de casos de  suicídio entre os jovens e adolescentes. “A adolescência é uma fase turbulenta do desenvolvimento humano cercada pela busca da identidade e  de onde surgem inúmeros conflitos, explica Dra Luciana. 

Daí a necessidade de os pais buscarem, cada vez mais, informações confiáveis que possam instrumentalizá-los na prevenção desses riscos. Identificar nos filhos alguns sinais pode fazer a diferença. “Os pais dos adolescentes devem ficar atentos ao comportamento dos filhos: Isolamento no quarto, falta de interação com familiares e amigos, aumento da irritação e agressividade, visão negativa de si mesmo e do futuro, falar em desejo de morrer, falar em suicídio, episódios de autoagressão ( cortar-se ou queimar-se com cigarro). Alguns adolescentes adotam uso de blusas de  manga longa, mesmo no calor, como tentativa de esconder os cortes dos pais”, salienta a psicóloga que é especialista em jovens e adolescentes. Segundo o Ministério da Saúde, essas são algumas frases de alerta:

Eu preferia estar morto”

“Eu não aguento mais”

“Os outros serão mais felizes sem mim”

Ao perceber alguns desses sinais nos filhos é muito importante que os pais enfrentem o problema. “Oferecer apoio e buscar ajuda Especializada, com um Psiquiatra ou Psicólogo é importante. Também existem centros de apoio e acolhimento no serviço público e uma linha de escuta gratuita do Centro de Valorização da Vida que é o número 188”, orienta Dra Luciana. 


Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organizam a Campanha Setembro Amarelo.
Crédito: ABP/ Divulgação

Após observar os sinais o cuidado dos pais com os filhos deve ser constante e contínuo. “Também é importante para a prevenção do suicídio, além da observação comportamental, desenvolver e manter um diálogo constante com os adolescentes ou pessoa em sofrimento, demonstrar empatia, demonstrar que se importa com a pessoa, que respeita suas opiniões, que os pais usem a parentalidade de maneira consciente, não autoritária”, conclui a psicóloga.

A seguir veja dicas importantes da Dra Luciana De Almeida Sanzon Ramalho, psicóloga da Guadalupe Clínica Médica Popular, sobre o tema.

Ao perceber os sinais de risco de suicídio, aja, não espere. Adote uma postura solidária:

  • Tenha empatia com as emoções do outro;
  • Trate a dor do outro com respeito;
  • Mantenha uma escuta ativa e cordial com a pessoa em sofrimento;
  • Ofereça ajuda para buscar tratamento adequado e
  • Busque ajuda por de companhamento com psiquiatra e/ou psicólogo

Agora, de acordo com a especialista, saiba o que não se deve fazer diante de uma ameaça de suicídio:

  • Não diga que é bobagem ou chantagem emocional e ignorar a situação
  • Não desafie a pessoa a seguir em frente;
  • Não deixe a pessoa sozinha;
  • Não faça o problema dela parecer fútil e
  • Não deixe de buscar ajuda especializada.


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