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O Inverno e as Doenças Respiratórias
Com a chegada do frio, o aumento da poluição atmosférica e a queda da umidade relativa do ar, cresce o número de pessoas atendidas nas clínicas e hospitais, acometidas pelas doenças respiratórias.
Robson Valentim
O inverno esse ano em Minas veio com força e tem batido recordes. No dia mais frio do ano, nesse mês de julho, a capital mineira registrou 5,6 graus. Nesse mesmo dia, em Monte Verde, distrito de Camanducaia, na região sul do estado, os termômetros registraram a marca de -2,1 graus celsius. Um recorde para o estado mineiro.
E com o frio, é hora de retirar dos armários blusas de frio, cobertores e mantas. Tempo para bebidas quentes, sopas e caldos. E tempo favorável também para o aparecimento das chamadas doenças respiratórias. “Isto ocorre em função da mudança da temperatura e da queda acentuada da umidade do ar. Nesta época do ano, o ar fica muito seco. O fenômeno, aliado à poluição do ar, favorece o surgimento e o agravamento das doenças respiratórias como alergias, sinusites e rinites, gripes e resfriados”. Quem explica é a Dra Cíntia Elisa Gonçalves Costa, Otorrinolaringologista da Clínica Guadalupe e membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia.
A mudança de alguns comportamentos contribui para piora dos sintomas das doenças respiratórias. No frio, por exemplo, as pessoas ficam mais tempo em ambientes fechados e tende-se a ficar mais sedentárias. O que enfraquece a resposta do organismo às doenças. “…mas devemos nos lembrar também da hidratação oral. Tomar muita água, mesmo no inverno é importante. As pessoas costumam reduzir o consumo de água no inverno e a hidratação faz toda diferença para melhorar os sintomas das doenças respiratórias”; salienta a Dra Cíntia Costa.
Ainda segundo a otorrinolaringologista da Clínica Guadalupe, Dra Cíntia, pais e mães com filhos alérgicos devem trabalhar de forma preventiva para evitar crises. “Se a pessoa é alérgica ou tem filhos com alguma doença respiratória, antes de o inverno chegar, deve se preparar. Antes de utilizar roupas, agasalhos, mantas e cobertores que ficaram guardadas durante o verão, deve-se fazer uma higienização, colocando-os ao sol para arejar ou mesmo lavando essas roupas. É importante também manter a casa sempre limpa e arejada. E não se esquecer de fazer uso do soro fisiológico nasal. Essas medidas fazem toda a diferença para prevenir os sintomas das doenças das vias respiratórias”, explica a médica.
Entretanto, se mesmo tomando todas essas medidas, houver agravamento dos sintomas ou piora do quadro, com obstrução nasal ou tosse persistente, o melhor a fazer, segundo a especialista, é procurar atendimento médico. “Isto, para saber se não há uma infecção associada. Como as sinusites, por exemplo, que podem ser tanto bacterianas quanto virais. Daí, a necessidade de usar medicamentos específicos para tratar cada caso, evitando a todo custo a automedicação”, orienta a Dra Cíntia.
Por fim, a especialista lembra que é importante manter uso do soro nasal, mesmo depois do inverno. “A maioria das pessoas faz o uso do soro apenas durante período do inverno, quando o tempo está seco e, depois, com a melhora dos sintomas, abandona o tratamento. O ideal é que a lavagem nasal com soro seja feita durante o ano inteiro para prevenir crises futuras.”, conclui a Dra Cíntia Costa.
Dicas úteis para se defender das doenças respiratórias no inverno:
- Evitar cortinas, tapetes, almofadas, ursos e outros bichos de pelúcia que acumulem poeira;
- Ao limpar a casa , não use espanadores nem vassouras. Dê preferência ao aspirador de pó ou passe pano úmido;
- Durante a noite para garantir um boa noite de sono, faça uso umidificador ou use uma bacia de água para melhorar a qualidade do ar;
- Hidrate-se constantemente. Bebe água. Se você se esquece com frequência, use aplicativos de celular para esse fim;
- Procure acostumar os animais de estimação a viverem fora de casa. Não deixe que subam em móveis e nem que durmam dentro de casa;
- Tenha um estilo de vida saudável. Faça exercícios e dê preferência a alimentos saudáveis como carnes, frutas, verduras e legumes.